quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"O nome do samba"


“Nascido no subúrbio nos melhores dias, com votos da família de vida feliz ,andar e pilotar um pássaro de aço. Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço, com as fardas mais bonitas desse meu país, o pai de anel no dedo e dedo na viola, sorria e parecia mesmo ser feliz; eh, vida boa quanto tempo faz que felicidade! E que vontade de tocar viola de verdade e de fazer canções como as que fez meu pai.”
João Nogueira nasceu no Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941e faleceu no Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000  foi um cantor e compositor brasileiro. Desde o início de sua carreira ficou conhecido pelo suingue característico de seus sambas. É pai do também cantor e compositor Diogo Nogueira.

João Nogueira é um dos  sambistas mais conhecidos da história deste gênero. Morto por um infarto em 2000 João deixou nesta terra seus sambas e um filho cantor. Desde a adolescência já transava o samba e o carnaval em sua comunidade. Participou ativamente da Portela de onde saiu posteriormente para fundar a tradição. Fundou o Clube do Samba para ajudar e organizar os sambistas politicamente além de refundar o carnaval de rua nas comunidades. Sendo uma pessoa muito boa e sociavel João fez muitos amigos no samba e sua última obra foi o disco ao vivo no bar paulista Pirajá que se intitula Esquina Carioca e que traz os sambistas Beth Carvalho, Dona Ivone Lara,  Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz , João Nogueira e Walter Alfaiate.
“João Nogueira é um compositor da escola de samba Portela mas não é  exatamente um sambista de escola de samba. Ele próprio define seu  samba, sua música como samba de calçada. Ele é um compositor carioca,  suburbano, mulato e malandro e evidentemente nesta definição engloba  também a sua gloriosa escola de samba Portela.

O samba de João Nogueira restabeleceu uma velha tradição do samba  carioca, aquele samba chamado Samba Sincopado. E o João faz muito bem  este tipo de samba só que com um carater nitidamente dos anos 70. João  Nogueira é muito suburbano em sua música. Tão suburbano que eu diria  que ele poderia até ser um personagem de um Lima Barreto, Marco  Rebello ou de um Sérgio Porto. João Nogueira é também um compositor  engajado nas grandes causas da música brasileira. Ele agora por  exemplo acaba de criar o Clube do Samba que é um clube para defender  os sambistas principalmente aqueles sambistas que não tem por razões  sociais acesso aos meios de divulgação, às gravadoras.”

Filho do advogado e músico João Batista Nogueira e irmão da também compositora, Gisa Nogueira, cedo tomou contato com o mundo musical. Logo aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com a irmã.
Com apenas 17 anos, já era diretor de um bloco carnavalesco no bairro carioca do Méier. Nesta época, a gravadora Copacabana gravou sua composição Espera, ó nega, que João cantou acompanhado pelo conjunto depois chamado Nosso Samba. Em 1970, Elizeth Cardoso ouviu a gravação de sua composição Corrente de aço e resolveu regravá-la.
Em 1971, teve obras suas gravadas por Clara Nunes (Meu lema) e Eliana Pittman (Das duzentas pra lá). Como esta música defendia a ampliação do mar territorial do Brasil para 200 milhas, medida adotada pelo regime militar, João sofreu patrulha ideológica.
Ainda em 1971, João passou a integrar a ala de compositores da Portela, sua escola de coração, onde venceu um concurso interno com o samba Sonho de Bamba. Mais tarde fez parte do grupo dissidente que saíu da Portela para fundar a Tradição. Fundou também o bloco "Clube do Samba", que ajudou a revitalizar o carnaval de rua carioca.
Em mais de quatro décadas de atividade, João gravou 18 discos. Teve vários parceiros, mas o mais importante foi certamente Paulo César Pinheiro
.
Quando morreu, vitimado por um enfarte, em 2000, João organizava um espetáculo numa grande casa noturna de São Paulo, e que resultaria no lançamento de uma gravação ao vivo.
Com sua morte, vários colegas se juntaram para apresentar, nas mesmas datas e no mesmo local, um espetáculo em sua homenagem. Participaram Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz e Sombrinha, Emílio Santiago, Carlinhos Vergueiro e a família de João: o sobrinho Didu, o filho Diogo e a irmã e parceira Gisa. O show foi gravado para o disco João Nogueira, Através do Espelho.

Discografia
O nome do samba é João - ao vivo (1998)
João de Todos os Sambas (1998)
Chico Buarque, Letra & Música - João Nogueira e Marinho Boffa (1996)
Parceria - João Nogueira e Paulo César Pinheiro - Ao Vivo (1994)
Além do Espelho (1992)
João (1988)
João Nogueira (1986)
De Amor é Bom (1985)
Pelas Terras do Pau-Brasil (1984)
Bem Transado (1983)
O Homem dos Quarenta (1982)
Wilson, Geraldo, Noel (1981)
Boca do Povo (1980)
Clube do Samba (1979)
Vida Boêmia (1978)
Espelho (1977)
Vem Quem Tem (1975)
E Lá Vou Eu (1974)
João Nogueira (1972)


“O corpo a morte leva, a voz some na brisa, a dor sobe pra'as trevas, o nome a obra imortaliza. A morte benze o espírito a brisa traz a música que na vida é sempre a luz mais forte, ilumina a gente além da morte.Venha a mim, óh, música vem no ar, ouve de onde estás a minha súplica que eu bem sei talvez não seja a única. Venha a mim, oh, música, vem secar do povo as lágrimas que todos já sofrem demais e ajuda o mundo a viver em paz.”
“E o poeta se deixa levar por essa magia”,porque força nenhuma interfere sobre o poder da criação que tinha João Nogueira imortalizado pela sua obra.
Beijos e abraços a todos, fiquem com Deus e até o próximo.

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